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Como escolher a manta para impermeabilização de lajes de cobertura?

Antes de especificar é preciso avaliar alguns critérios, analisar o local, verificar se há passagem de pedestres ou movimentação estrutural, exposição à água e ao sol. Saiba mais

Artigo de Marcos Storte, mestre em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

21/01/2021

 

 

Flexíveis e pré-fabricadas, as mantas asfálticas compõem um sistema impermeabilizante muito indicado para estruturas sujeitas a movimentações como as lajes de cobertura. A ABNT NBR 9952/2014 - Manta asfáltica para impermeabilização, classifica os produtos em quatro tipos (I, II, III e IV) em função do índice de tração e alongamento. Também distingue as mantas em três classes (A, B e C) de acordo com sua flexibilidade a baixas temperaturas.

 

"Uma manta de classe A é a que apresenta massa asfáltica de melhor qualidade e com mais percentual de elastômeros”, diz José Miguel Morgado, diretor executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI). Ele explica que as mantas do tipo I utilizam filme de poliuretano como estruturante. As do tipo II empregam fibra de vidro e não tecido de poliéster. Já os tipos III e IV utilizam como estruturante somente o não tecido de poliéster e, por isso mesmo, são mais resistentes à tração.

 

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As mantas asfálticas também diferem entre si quanto ao tipo de acabamento. As mais usuais são:

• Mantas de poliéster - Elaboradas à base de asfaltos modificados armados com estruturante de poliéster, têm grande resistência à tração e ao puncionamento. São indicadas para lajes planas e inclinadas, pisos, marquises, helipontos, viadutos, caixa d’água, reservatórios, piscinas elevadas, muros, jardineiras, espelhos d’água, áreas frias, terraços e sacadas gourmet.

• Mantas de polietileno - Produzidas à base de asfaltos modificados armados com estruturante de polietileno de alta densidade (PEAD). Têm como característica grande elasticidade sem comprometer a uniformidade dimensional. São indicadas para lajes transitáveis planas ou inclinadas em geral, com proteção mecânica sobre a manta.

• Mantas de fibra de vidro - À base de asfaltos modificados armados com estruturante de fibra de vidro, também apresentam elevada elasticidade sem comprometer a uniformidade dimensional. São indicadas para áreas internas, pisos de cozinhas, banheiros, área de serviço, porões, terraços e sacadas.

• Manta aluminizada - Possui uma lâmina de alumínio na face superior e é utilizada como acabamento final em áreas sem trânsito. Há versões que devem ser aderidas com asfalto ou maçarico e também versões adesivas. São indicadas para calhas, telhados, abóbodas, marquises e beirais.

• Manta ardosiada - Possui camada de autoproteção na face superior formada por grânulos de agregado mineral (ardósia), dispensando proteção mecânica. É utilizada como acabamento final em coberturas não transitáveis em cúpulas e abóbadas, principalmente.

 

CRITÉRIOS DE ESPECIFICAÇÃO 

 

 

Definir o tipo de manta mais adequado para cada situação depende de uma análise cuidadosa do campo de aplicação. “É preciso conferir se haverá ou não passagem de pedestres, algum tipo de movimentação estrutural, se a área ficará exposta ao sol ou receberá água”, comenta Bruno Pacheco, executivo de marketing da Vedacit.

 

“O princípio de tudo é elaborar um projeto de impermeabilização de acordo com a ABNT NBR 9575- Impermeabilização – Seleção e projeto”, acrescenta o consultor Marcos Storte. Segundo ele, é durante o projeto que são analisadas a fundo as necessidades da obra e definidas as espessuras e demais especificações das mantas.

 


"O princípio de tudo é elaborar um projeto de impermeabilização de acordo com a ABNT NBR 9575- Impermeabilização – Seleção e projeto

Marcos Storte

 

Além de escolher o tipo de manta adequado, um processo de aplicação bem feito é crucial para garantir proteção à estrutura. “Antes de iniciar a colocação da manta, o concreto deve estar limpo, íntegro, seco e sem impregnação de desmoldantes, agentes de cura, ou qualquer material que prejudique a aderência da manta. Também é importante verificar se há falhas ou fissuras no concreto, a localização e fixação dos coletores, tubulações e a regularização do piso”, destaca Pacheco, lembrando que todas as correções precisam ser feitas antes de iniciar o processo de impermeabilização.

 

Durante a aplicação das mantas, deve-se atentar para a sobreposição mínima de 10 cm. Outra prática recomendada é aplicar um bom primer para garantir a melhor adesão ao substrato.

 

“O tripé projeto de impermeabilização, mão de obra qualificada e produto adequado é a garantia para uma impermeabilização segura e durável. Se faltar uma perna neste tripé, certamente o sistema ficará instável e não atenderá ao seu objetivo", diz Stort

 

Imagem do arquivo do autor