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Impermeabilização uma questão de SEGURANÇA!

Artigo de Marcos Storte, mestre em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

02/10/2020

 

Os profissionais da construção civil, já compreendem a importância da impermeabilização nos processos construtivos, sendo visível a relevância da estanqueidade nas edificações, pois ao conferirmos as normas técnicas, observamos que a habitabilidade, a segurança da estrutura, a funcionalidade da edificação, a manutenibilidade, dependem da impermeabilização.

 

Todos nós, como usuários de uma edificação, não podemos focar só nas questões estéticas, devido ao aparecimento de infiltrações e manchas, mas na questão de segurança. A impermeabilização adequada evita a deterioração das estruturas, reduz a geração de resíduos originários de reformas precoces, impede a ocorrência de problemas de saúde decorrentes da umidade e, em casos extremos, evita o colapso de estruturas.

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Todos estes pontos vêm sendo abordados há muito tempo e reconheço que é um trabalho de formiguinha. Essas questões ficam sempre mais evidentes quando chega a época das chuvas e elevam-se os riscos de acidentes por conta de desmoronamentos parciais ou totais de edificações já comprometidas por conta da infiltração de água, que provoca corrosão das armaduras no concreto armado.

 

Diante disso, outro fator importante é ter a garantia do uso de produtos normalizados, bem como seguir as prescrições da NBR 9575, de projeto e da NBR 9574, de execução de impermeabilização, ressaltando que estas normas estão em revisão na ABNT neste 2º semestre de 2018, com propostas de mudanças significativas.

 

Estes são aspectos tão fundamentais, que são objeto de caracterização da norma ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho, com exigência de seu cumprimento a todos os projetos registrados após julho de 2013, bem como da NBR 16280 de reformas, ambas determinantes na consolidação de uma cultura de confiança em torno da impermeabilização.

 

Sabemos que as obrigações legais exercem uma forte pressão na criação do hábito e é muito positivo que as normas técnicas, despertem a atenção de todos os envolvidos desde a formulação do projeto na execução da obra e durante a vida útil da edificação.

 

Isto é, incorporadores, construtores, engenheiros, projetistas, instaladores e fabricantes são responsáveis pela impermeabilização das superfícies sujeitas à umidade e têm na legislação, não apenas a orientação quanto ao assunto, como um aliado na melhoria das edificações como um todo.

 

Embora a infiltração em muitos casos não seja aparente, a falta de estanqueidade pode afetar locais de difícil acesso e visualização, o que aumenta o risco à estrutura do imóvel e, consequentemente, à vida humana – tanto em relação à saúde como à integridade física. Justamente e especialmente por isso, é um problema que não deve ser menosprezado e faz toda a diferença na qualidade de vida dos brasileiros.

 

É necessário abastecer o setor da construção civil de informações que demonstrem os efeitos positivos do uso da impermeabilização, na durabilidade, na funcionalidade, na redução dos custos de reforma, minimizando o transtorno causado por uma obra nas edificações habitacionais e, até mesmo, na sustentabilidade e respeito ao meio ambiente.

 

Os responsáveis legais, síndicos, administradores públicos, proprietários particulares, que buscam mais segurança para suas edificações podem contar com profissionais habilitados na atividade impermeabilização, que tem condições de identificar o produto mais adequado para cada tipo de necessidade e área atingida. Desta forma, evitamos os problemas oriundos de especificação incorreta, produto inadequado, uso de mão de obra não qualificada e com respeito às limitações da impermeabilização, ou seja, impermeabilização é para dar estanqueidade e não estabilidade à estrutura.

 

Num País cujo clima favorece a ocorrência de chuvas, ainda há resistência quanto a garantir a estanqueidade das construções. Obras devem seguir as normas, cálculos ou projeto, mas quando focamos na vida útil, a edificação passa a ser controlada por leigos em Engenharia, em sua maioria, e com isso entende-se que a ideia de impermeabilização ainda é inexistente nessas edificações, por razões óbvias: a falta de informação democratizada sobre as normas técnicas, da priorização do uso de recursos à manutenção preventiva para as estruturas de concreto e a urgência, sempre, na busca de soluções paliativas.

 

Entretanto, se faz necessário um trabalho conjunto e amplo de formação e conscientização, por parte dos profissionais de Engenharia e Arquitetura, a respeito dos benefícios que esta prática pode trazer ao País.

 

Ganha o mercado da construção civil e a sociedade.